terça-feira, 1 de abril de 2014

Samba da Despedida

Rir e chorar ao teu lado
Ter saudades de um passado
Que se foi sem despedidas...
Ah, a nossa história injustiçada
Foi escrita e apagada
Pelos desmandos do destino.
Diz que sua boca esqueceu
O sabor do beijo meu
E o café que eu te fazia...
Vai, te enveredar pela estrada
Abandona a tua amada
Mas amanhã é outro dia!

 

Estênio

"Descemos pela rua um dia, E dai pra frente estive só,
Como um cavaleiro em justa, Brigava por honra,
Hoje me deito sozinho."


Estênio, da perna quebrada,
Ex-maratonista e um grande exemplo,
Sofre calado, todos os dias em casa,
Sonhando e os velhos tempos revivendo.
Se fizer frio as cortinas se fecham
E a sombra na sala é quase imóvel
A alma - calada - à noite esvai-se
E as memórias regurgita.
Sem calma, as pernas ao alto da mesa,
E as mãos sobre a perna inchada,
A boca balbuciando as repetidas
Palavras de amor para nenhuma amada.
Está só, na beirada da estrada,
No meio do caminho da sua meia-vida,
Compondo músicas de rimas enternecidas,
Chorando angústias por de trás da porta fechada

Não tenho tempo

Não tenho tempo
Não tenho tempo
Não tenho tempo
Não tenho tempo
Não tenho tempo
Não tenho tempo
Não tenho tempo
Não tenho tempo
Só tenho tempo
Para escrever que eu
Não tenho tempo...