sábado, 30 de dezembro de 2017

Escombros da carne

É noite em mim, reflito estrelas
Sou mar de ondas correntes
Sou rio que a maré leva e traz.

Atrás dos meus olhos vermelhos
O mundo se forma na contramão
Medos do passado voltam sem convite:
É tempo de poesia pra salvação.

Posso ser minha promessa divina
Os meus segredos ainda são só meus
Espreito meus pensamentos na surdina
Rezo, mas a minha prece não é a deus.

Não pode ser justo o amor, acredito
Mundano, erguido nos ombros da dor
É triste: pra ser feliz só se sangra
É lasso pela servidão ao seu senhor.

E o choro que longe se escuta
É luta? É sangue? É o quê?
É rio que flui para a nascente
Lágrimas de uma vida sem porquê.


Um comentário:

  1. Fico me perguntando sobre o milagre dos dons genuínos! 👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽

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